"Ela pensou que tinha um grande controle e não era assim. Possuía um interesse muito egoísta, um apego pessoal; esperava coisas do grupo de guerreiros e isso acabou com ela. A Gorda se sentia ofendida comigo porque me considerava incapaz de conduzir aos aprendizes até a liberdade e nunca me aceitou como o novo nagual. Uma vez que a força diretiva de Don Juan desapareceu, ela começou a recriminar a minha insuficiência, ou melhor, minha anomalia energética, sem ter em conta que isso era um comando do espírito. Pouco depois, se aliou como os Genaros e as Irmãzinhas e começou a conduzir-se como se ela fosse o líder da partilha. Porém o que acabou realmente com ela foi o êxito público de meus livros.
Certo dia, em um ataque de auto-suficiência, ela reuniu a todos, parou diante de nós e gritou: "Bola de pendejos! Eu já irei!". Ela conhecia o exercício do fogo interior, mediante o qual podia mover seu ponto de aglutinação até o mundo do nagual para reunir-se com Don Juan e Don Genaro. Porém esta tarde ela estava muito agitada. Alguns dos aprendizes trataram de tentar acalmá-la e isso a enfureceu ainda mais. Eu não podia fazer nada, a situação havia abaixado o meu poder. Depois de um esforço brutal e nada impecável, ela teve uma embolia cerebral e caiu morta. O que a matou foi a sua egomania".
Como moral da estranha história, Carlos acrescentou que um guerreiro nunca se deixa levar pela loucura, porque morrer de um ataque de ego é a maneira mais estúpida de morrer.A importância pessoal é homicida, trunca o livre fluxo da energia e isso é fatal. Ela é responsável pelo nosso fim como indivíduos e chegará um dia que irá terminar a nossa espécie. Quando um guerreiro aprende a deixá-la de lado, seu espírito se desapega jubiloso como um animal selvagem que é libertado de sua jaula e posto em liberdade." (Encontros com o Nagual)
Que a Luz do Grande Espírito esteja com todos.
In Lak’ech Ala K’in
Bia Unruh